domingo, 25 de novembro de 2012

 
 
 
Liberdade

O pássaro é livre em seu voo
A flor se abre sem se importar com quem a plantou
O trigo germina no campo pra alimentar a quem?

Livre é meu verso
Germina não se sabe quando
Parte não se sabe pra onde
Escrito não se sabe como.

Adilson Hilário

segunda-feira, 30 de abril de 2012



Soneto A Morfeu



                                                                                                  





Morfeu, Deus do sono e da noite imperiosa,

Venho vos fazer, humildemente, um pedido;

Morfeu, imperador da noite piedosa

- Trazei-a, que de amores tenho sofrido.



Sei que não é de vosso trato, e sim de Cupido

O ofício da administração amorosa;

Mas Esse anda, suponho, um pouco esquecido

Ou artífice de uma festa libidinosa.



À nobre Vênus posso pedir a intercessão,

Porém, Ela não é tão justa ao voto masculino

E tende em tudo impor sua feminina razão.



Entrego a Vós, Morfeu supremo, meu destino

- Melhor o eterno sonho com o ser amado,

Que viver só, no meu mundo despertado.







Adilson hilário

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012


Hoje

para patricia bakr

hoje o dia lhe leja leve
e a felicidade abundante;
que lhe seja breve
a tristeza e o semblante,
ainda que sofrido, leve
o teu sorriso a cada instante.
hoje não lhe falte uma estrela,
nem uma rosa a se abrir...
pois a vida, para entendê-la
basta ser simples e sorrrir.
que seja teu presente
um futuro bem feliz
- esse tesouro reluzente,
muitas vezes displicente,
escondido debaixo de nosso nariz.
o que passou, que importa?
se foi vivido e diverso
pois de certo so temos essa porta
que é nosso coração único no universo.
Adilson Hilário

quarta-feira, 12 de outubro de 2011




                              Reflexão Sobre a Morte





Não percas tempo em questionar a Morte

Que Ela é inquestionável;

Não lhe atribuis nenhum sentido simbólico oi poético,

Ela é apenas a Morte,

Nada mais...

Se alguns ainda A cantam,

É para melhor desvendar esse enigmático invólucro

Que é a vida!



E a qualquer momento

Ela pode vir te buscar

- Quando atravessares a rua,

No corredor

A caminho do banheiro

Ou nesse exato momento em que me lês

Da poltrona...



Não percas tempo...não te percas

Vive a tua vil condição de mortal...

Não te percas...vive a tua vida



Que um dia,

Cedo ou tarde

Se esvairá

Simplesmente,

Como o fim de um sonho

quarta-feira, 7 de setembro de 2011


A Noite

                                              Para vivi

Desliza no céu noturno a clara lua,
Reluz no ermo espaço a solitária estrela.
Defronte a fechada janela flutua
A esperança nos olhos dele em revê-la.

Já vai alta a noite e a cena continua....
Já não é mais solitária a tal estrela.
Tenta em prantos o poeta a convencê-la,
- Que sua amada, venha em  breve, ver a lua!

Da noite a luz última varre a rua
Calam-se as noturnas vozes...amanhece...
Doura num céu alegre a manhã discreta!

Vazia está a janela, cansada está a lua,
Que pálida e triste em soluços tece
Lágrimas de prata nos ombros do poeta

(Adilson Hilário)

segunda-feira, 29 de agosto de 2011



    Soneto à Pátria Pobre



Em meu peito, minha pobre pátria eu canto,

Pois que chega a mim o seu verso oceânico,

Ululando alegria e vozes em pânico

Num canto de amor, esperança e pranto.



Misturo  em meu canto - elegíaco e afônico

- a voz cansada e hirsuta com o encanto

Desta terra diversa e um sonho lacônico

Chega a meu peito transido de espanto.



Vem de um viaduto de mendigos repleto

Este canto faminto, oh Pátria ! e insistes

Em mostrar-te gigante, quando és criança



Esquálida, suja, carente e sem teto

Entoando da canção das três raças tristes

Uma réstia de pranto, amor e esperança.



                                                                                   Adilson Hilário

quinta-feira, 7 de julho de 2011


A Morte Do Poeta



Morreu um poeta, certo dia;

Mataram-no as solidões do mundo...

Perdido, caminhava qual vagabundo,

Taciturno ante a noite fria.



Seu canto triste, hoje ao vento mora,

Trazendo à luz sua alma desgarrada.

Alua vagueia triste, a madrugada

Quando orvalha, por ele também chora.



Cala-se, atonitamente a beleza

Enquanto a  tristeza desperta

A dizimar qualquer forma de amor...



Mas em prol da poesia, a natureza

Onde jaz o corpo de um poeta

Em recompensa, faz brotar uma flor.



Adilson hilário